Sem convencer, Brasil sofre mais do que devia e arranca vitória sobre Mali

Equipe africana, que perdeu por 44 pontos na véspera, faz jogo duro contra as meninas comandadas por Colinas; Espanha é a rival de sábado, às 13h

Após a derrota frustrante para as coreanas na estreia do Campeonato Mundial, o Brasil tinha nesta sexta-feira um adversário sob medida para recuperar a confiança. Na teoria, claro. O que se viu na prática foi um prolongamento da agonia verde-amarela na República Tcheca. Diante da limitada seleção de Mali, que na véspera tinha perdido para a Espanha por 44 pontos, as meninas comandadas pelo espanhol Carlos Colinas sofreram até os últimos momentos. Contaram com chutes de três salvadores de Helen no quarto período e só tiraram a corda do pescoço no fim, arrancando uma vitória muito mais suada do que o esperado sobre as africanas: 80 a 73.

Jogo feio: o Brasil sofreu para derrotar Mali na segunda rodada do Campeonato Mundial

Ainda sem convencer nas partidas disputadas na cidade de Brno, o Brasil já está classificado para a próxima fase. A equipe volta à quadra no sábado para enfrentar as espanholas, às 13h, com transmissão ao vivo do SporTV. Uma derrota significaria carregar dois tropeços e apenas dois pontos para a próxima fase, o que complicaria muito a situação brasileira no decorrer do torneio. Três seleções de cada chave avançam e levam os resultados da fase inicial, descartando apenas pontos das partidas contra equipes eliminadas.
Na quinta-feira, a Espanha tinha derrotado Mali sem piedade por 80 a 36. A própria seleção brasileira bateu as africanas na fase de amistosos por 74 a 35. Nesta sexta, os sete pontos de diferença soaram como alívio. Helen foi a cestinha do Brasil com 20, seguida pelos 18 de Érika e os 17 de Iziane. Djene Diawara comandou Mali com 15.
- Depois da partida da estreia, eu me concentrei bastante para o jogo contra Mali. A gente sabia que não ia ser fácil. Mas em função de não termos jogado com mais agressividade, elas gostaram da partida, e o placar foi até o fim equilibrado. Às vezes o ataque não funciona, e a gente está esquecendo de defender. Serviu de preparação, e o mais importante foi a vitória – avaliou Helen, em entrevista ao SporTV. Ela acertou seis bolas de três em sete tentativas, sendo três num momento importante do último quarto.

Helen salvou a pátria com suas cestas de três
na partida desta sexta-feira (Foto: AFP)

Equilíbrio do início ao fim
O cenário de sexta-feira não começou muito diferente do que a torcida tinha visto na quinta. Mali fez logo 4 a 0 e mostou que não seria a galinha morta que perdeu por 44 pontos para a Espanha na véspera. Karen equilibrou o jogo e, com seis pontos, liderou o Brasil, que segurou uma vantagem apertada de 14 a 12 ao fim do primeiro quarto.
No início do segundo, a seleção verde-amarela demorou quase dois minutos para pontuar. As africanas aproveitaram para fazer cinco pontos seguidos e tomar a dianteira. A vantagem se manteve até poucos minutos antes do intervalo, quando as pivôs Érika, Franciele e Silvia tratarm de recolocar o Brasil à frente. Na saída para o vestiário, um placar apertado e inesperado de 36 a 31.
O sufoco estava longe de acabar. Uma pane brasileira com mais de três minutos sem pontuar fez Mali virar o jogo no terceiro quarto, fazendo 54 a 52. A equipe de Colinas ainde deu um jeito de retomar a liderança, marcou seis pontos seguidos e foi para os últimos dez minutos vencendo por 58 a 54.
Mali voltou a empatar o jogo no quarto período, mas três cestas de três seguidas da armadora Helen salvaram a pátria e garantiram o fôlego que a equipe perseguia para segurar a vitória.